O linhal da Corredoura
No sábado passado fomos assistir ao Linhal, executado pelo Grupo Folclórico da Corredoura em S.Torcato (Guimarães).
Acontece todos os anos, no primeiro sábado de Julho pela tarde, sendo demonstradas todas as fases de transformação do linho, desde a colheita até à fiação.
O registo que fiz deste dia é demasiado superficial para honrar devidamente um processo que é tão complexo e longo complexo. A seu tempo, documentarei cada uma das fases do ciclo do linho com a profundidade que merece, mas, até lá, aqui fica uma visão rápida do percurso do linho, da planta ao fio.
1. COLHER E RIPAR
O Linho é plantado em Março/Abril e está pronto a colher no princípio do mês de Julho.
Na colheita, o linho é arrancado inteiro (a chamada “Arrancada”), reunido e levado para ripar. Durante a ripada, o linho é passado pelos ripeiros para retirar as sementes e as folhas, e até sobrar apenas o caule de onde será produzida a fibra nas fases seguintes.
2. MOLHAR, MALHAR E MOER
Depois de ripado, o linho é organizado em molhos e levado para o tanque, rio ou levada, onde ficará submerso, a curtimentar durante 9 dias.
Durante este processo, as camadas exteriores do caule apodrecem, tornando possível retirar a fibra do seu interior.
No final, os molhos são retirados de água e levados para secar para um monte, ou campo, durante outros 9 dias. Quando seco, o linho é levado para a eira e malhado com malhos de “casula” (não fotografado), de forma a quebrar a parte exterior rígida do caule. De seguida, é levado para ser moído, quebrando ainda mais a parte lenhosa e tornando-a mais fácil de separar da fibra.
3. ESPADELAR, ASSEDAR, FIAR, ENSARILHAR E DOBAR
Por esta altura, a parte lenhosa já libertou a fibra, mas ainda é necessário separá-la do linho.
Para isso faz-se a Espadelada. Tradicionalmente é feita pelas mulheres que, de espadela na mão, batem no linho pousado sobre o espadouro. Com a fibra de linho liberta do caule, esta poderá finalmente ser tratada para ser fiada, nas próximas fases.
Para refinar ainda mais o linho, este é agora passado pelo sedeiro, um pente de dentes de aço finos, que elimina os últimos vestígios de caule, e separa as fibras em comprimentos distintos (daqui sai o linho fino e a estopa sedeira). De fuso na mão, as mulheres vão fiando o linho, transformando-o no fio. Depois de fiado é dobado na dobadoira, e lavado antes de estar finalmente pronto para ser tecido.
GRUPO FOLCLÓRICO DA CORREDOURA
Rua da Corredoura 14
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