Rosa e Manuel, Cesteiros
A Rosa nasceu numa família de cesteiros e o Manuel, quando casou com ela, aprendeu a arte e tornou-se um também. É em equipa, na sua oficina em Braga, que produzem todo o tipo de cestos em vime e, para alguns trabalhos contam ainda com a ajuda do irmão mais velho da Rosa, que foi o seu professor neste ofício.
Enquanto o Manuel trata da preparação do vime, sentada no seu banco, Rosa vai entrançando cestos. Os cestos começam sempre pela preparação do vime e pela construção de uma forma em madeira específica. O vime é uma fibra vegetal resistente e flexível simultaneamente, o que lhe confere grande durabilidade. No entanto, antes de o trabalhar, é necessário torná-lo mais maleável, seja para o moldar directamente, seja para o lascar. Por isso, as varas devem ficar de molho em água durante algumas horas antes de se dar início ao trabalho. Pode ser utilizado inteiro nas peças maiores e também naquelas das quais se requer mais resistência. Nas peças mais pequenas, ou que não vão ser sujeitas a grandes esforços, é possível rentabilizar o vime rachando uma vara em várias partes. No final, decidir que tipo de vime se vai utilizar, é uma questão de equilíbrio entre o tamanho final da peça, o pormenor do entrançado executado e o nível de resistência que se pretende. Para rachar a vara, Manuel golpeia o topo do vime e deslizando a rachadeira, uma peça de madeira em forma de ovo, separa-a em três partes, que vão ser depois lascadas em tiras mais finas, na máquina. Cada tipo de cesto possui uma forma em madeira única, construída à medida pelo Manuel. É à volta desta forma que o cesto vai ser construído, assegurando que no final tem a forma e a dimensão correctas. Estando o vime preparado, o cesto começa a ser construído pela base, que é depois fixa na forma de madeira, para que o vime possa começar a ser entrançado. Vara a vara, cresce assim um cesto.
É das mãos de Rosa que saem as peças mais delicadas e perfeitas. A sua experiência e o olhar crítico, acima de tudo, levam-na ao perfeccionismo. Há várias coisas que me deixam satisfeita em conhecer estes dois artesãos, mas a principal é contrariarem a ideia de que quem ainda exerce esta profissão são pessoas de muita idade que o fazem por tradição. Se por um lado o ofício foi aprendido no seio familiar e por tradição, por outro Rosa e Manuel têm uma grande vontade de trabalhar naquilo que gostam, e entendem o trabalho que fazem não como resultado de uma tradição a ser preservada, mas de técnicas muito específicas que produzem peças de alta qualidade. Estão dispostos a produzir todo o tipo de peças em vime, e a fazer sempre mais e melhor, quando assim lhes é pedido.
Podem adquirir os cestos da Rosa e do Manuel através da sua loja online: www.cestariarosamanuel.pt

