Aquisições recentes
Os livros que procuro têm sempre um cariz mais técnico e prático, do que histórico ou etnográfico, o que faz com que sejam sempre mais complicados de encontrar. Mas nos últimos tempos vieram parar-me
as mãos uns quantos que têm a ver com temas que ando a investigar. Uns procurados activamente, alguns oferecidos e outros encontrados por acaso - o universo providencia.
O Linho para Fibra: Sua Cultura (1944)
Este pequeno livro é da autoria do Engenheiro Agrónomo Flávio Martins e foi editado pela EFANOR. Só há umas semanas e depois de encontrar este livro é que vim a saber quem foi Flávio Martins, e o seu papel na investigação do cultivo e processamento do linho enquanto fibra têxtil. Este livro tem como público-alvo os agricultores que, na altura, eram contratados pela EFANOR para cultivar o linho que depois ia ser processado nesta indústria na Senhora da Hora. Contém, por isso, a informação bem estruturada e comunicada de forma acessível, mas só relativa à escolha das variedades a usar, até à colheita do Linho, passando pela sementeira, possíveis patologias da planta, etc. Não se debruça sobre o processamento da própria fibra, porque isso era o trabalho que se fazia precisamente na unidade da EFANOR, claro.
Cultura do Linho: Conselhos aos Lavradores (1950)
Também da autoria do Eng. Flávio Martins e editado pela EFANOR. O conteúdo é muito semelhante ao anterior, mas um pouco mais extenso e com imagens. Este foi-me oferecido pelo Eng. António Fernandes da Silva, autor do estudo sobre a utilização do Linho no Artesanato de que falo a seguir. 
O Linho Têxtil para Artesanato (Junho 1994)
Este estudo foi-me oferecido pelo autor, o Eng. Agrónomo António Silva, num encontro nosso há uns dias. Muito informativo, porque se debruça sobre um tema que me interessa bastante, que é o da optimização do processamento da fibra, enquanto processo semi-artesanal ou semi-industrial, capaz de ser levado a avante por indivíduos ou pequenas unidades independentes da produção industrial. 
Cartilhas do Lavrador nºs 49 e 50 - Cultura do Linho (1933)
Este encontrei-o quando fui a um alfarrabista comprar de propósito o da Classificação das Lãs Nacionais, e trouxe-o simplesmente porque era uma pechincha. Não estava à espera de muito, porque faz parte de uma colecção periódica que, sinceramente, podia muito bem ser superficial e generalista, mas surpreendeu-me. A verdade é que me tinha esquecido que este tipo de informação só degenerou a partir dos anos 60/70, quando passou a ser mais "infotainment" que outra coisa, e este número das Cartilhas sobre o linho, que é bem anterior a isso, contém informação prática muito pormenorizada sobre todas as fases do cultivo e processamento do Linho.
O Linho em Portugal (1943)
Publicado pela Direcção Geral dos Serviços Agrícolas, e tal como o título indica, é um estudo sobre o estado da cultura do Linho para fibra têxtil na altura e considerações sobre a sua viabilidade no futuro, incluindo o cultivo de variedades estrangeiras de maior rendimento e melhorias no processamento industrial. Este livro tem uma coisa muito interessante para mim, que é o levantamento rigoroso, distrito a distrito, da variedade de linho que se cultivava, com que finalidade, rentabilidade, destino da produção e até os porquês das preferências de cada variedade.
Tecnologia Tradicional Portuguesa - O Linho (edição de 1978)
Este não precisa de muitas apresentações. É bastante conhecido e referenciado, mas de todos, para mim pessoalmente, talvez seja o menos útil. Não lhe retiro a importância que tem para estudos de tipo etnográfico, mas os relatos dos costumes sem se tentar perceber as razões que levam a fazer a sementeira de uma determinada forma ou a curtimenta de outra, deixa-me sem resposta às perguntas que procuro ver respondidas. Mas isso não é problema do livro, eu é que tenho objectivos diferentes.
Classificação das Lãs Nacionais (1947)
Aprendi no livro "Raças Autóctones Portuguesas", que recomendo vivamente, que a Classificação das Lãs Nacionais utilizada hoje ainda é a do Dr.Mário Coelho Morais, e que está definida nesta publicação que tive a sorte de conseguir encontrar cá no Porto. O livro tenta categorizar as diferentes lãs nacionais, para que se possam definir as suas características têxteis, mas tendo como finalidade o processamento industrial. Estávamos nos anos 40 e as necessidades de categorização eram diferentes das que vejo agora, claro, mas este documento é-me bastante útil ainda assim.
Cartilha de Tosquia Mecânica (3ªedição de 1979)
Uma espécie de reformulação e upgrade à clássica Cartilha do Tosquiador, mas esta dedicada à tosquia feita com máquina e não com tesoura.


 
             
                 
                 
                 
                 
                 
                 
                 
                