Nascem com cerca de 1mm e crescem até cerca de 7.5cm, mesmo antes de começarem a dar sinais de quererem encasular. 
Quando propus que fizessem uma criação de bichos-da-seda em Serralves, com vista à produção de fibra, pensei em começar com umas poucas lagartas - umas 150 no máximo - não só porque o faríamos pela primeira vez, mas porque não tinha a certeza quanto à quantidade de alimento necessária e se as amoreiras do parque seriam suficientes.
Em Bragança ofereceram-nos um envelope cheio de ovos, que não foram propriamente contados e mais à frente verificamos que tivemos cerca de 720 bichos-da-seda. Bem longe dos 150 que tinha imaginado.
Mas Serralves conta com 3 exemplares de Amoreira Negra, já adultos, que chegaram perfeitamente para alimentar estes 720. 

Com a experiência, viemos a aprender que o ciclo delas entre o nascimento e o encasulamento se processa tanto mais rápido ou mais lento de acordo com a estabilidade das condições em que vivem e da quantidade de alimento disponível.
Quero dizer que elas vão consumir sensivelmente sempre a mesma quantidade de alimento durante o crescimento, mas o ciclo prolongar-se-á mais se lhes dermos menos alimento de cada vez, ou será mais rápido se as deixarmos alimentar-se bastante bem e várias vezes ao dia. Ou seja, convém mantê-las sempre alimentadas com abundância, porque acabam por encasular mais rápido e isso corresponde a menos dias de manutenção. Além de que também aprendi que, com o prolongamento excessivo desta fase de crescimento, elas podem ficar "cansadas" e têm depois mais dificuldades em encasular, o que leva algumas a ficar pelo caminho.
No início talvez baste alimentá-las duas vezes por dia, mas na fase final, em que se tornam muito vorazes, quatro vezes por dia seria o mínimo. Nesta fase chegamos ao ponto em que colocávamos folhas no primeiro tabuleiro e, quando chegávamos ao quinto ou sexto, o primeiro já estava vazio.

Resumindo: manter as instalações delas bem limpas, sem qualquer tipo de humidade (é fácil a humidade combinada com os dejectos e restos de folhas darem maus resultados), temperatura amena e estável (elas começam a desenvolver-se mais lentamente, se a temperatura baixar demasiado) e alimentá-las generosamente com folhas frescas. Como a higiene se mantém sempre crucial, convém lavar as mãos antes e depois de fazer a manutenção.

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[27.04.2015- 19.05.2015 / Este post refere-se à investigação e actividades desenvolvidas no âmbito do programa Saber Fazer em Serralves ]

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