A tosquia das Saloias
Carneiro de raça Saloia do Casal da Freira, em Loures.
A tosquia é feita de acordo com a técnica Bowen pelo Martin O’Connell.
Ao longo da tosquia, a Susana retira as partes sujas e curtas para que estas não venham para a mesa de desbordagem.
Da plataforma de tosquia, os nossos velos vão imediatamente para a mesa de desbordagem, onde são desbordados, selecionados e enrolados.
Um dos velos de Saloia, imediatamente após a tosquia, na nossa mesa de desbordagem improvisada com 2 paletes.
Lã Saloia, fina e frisada.
Velos enrolados, prontos para viajarem até ao Porto.
Um borreguinho saloio, com o seu característico pêlo ruivo que será mais tarde substituído pela lã branca.
No final das tosquias pesamos toda a lã, para realizar o pagamento ao produtor.
Foi dia de tosquia das Saloias do Casal da Freira.
Como já sabem, nas tosquias gostamos de trabalhar em parceria com o Marty e a Susana O’Connel sempre que possível. Velos tosquiados na perfeição. Bem desbordados e selecionados, este ano com uma ajudinha da Guida Fonseca e do Pedro.
Nunca nos cansamos de ver a satisfação na cara do produtor, ao ver a lã dos seus animais realmente valorizada.
Este é sempre um momento de aprendizagem para ambas as partes. Da nossa, porque ficamos a conhecer ainda melhor mais uma raça nacional, desta vez a Saloia. Do produtor, porque começa a conhecer as especificidades da lã que produz e testemunhar uma tosquia profissional realizada com qualidade é algo que costuma subir os níveis de exigência para tosquias futuras.
Esta lã terá vários propósitos para nós. O primeiro será renovar a lã Saloia no nosso arquivo das Lãs Portuguesas, no qual mantemos múltiplos exemplares de velos de todas as raças nacionais e que usamos na nossa investigação e trabalho educativo. O segundo é precisamente ter material consumível para as nossas formações, durante as quais gostamos de vos poder mostrar verdadeira lã portuguesa. Por último, uma pequena parte desta lã será disponibilizada na nossa loja, para quem gosta de pôr a mão na massa e experimentar a diversidade da lã portuguesa.
A Saloia continua fiel ao que já temos vindo a conhecer desde 2015. Lã fina e frisada, com madeixas de comprimento médio, que embora seja oficialmente de tipo Bordaleiro, mais se assemelha a uma de tipo Merino. Velos grandes e uniformes. Ao longo da tosquia tivemos a possibilidade de ir assinalando os animais produtores da lã de melhor qualidade, informação que poderá ser útil ao Sr.Cardoso no ano que se segue.
As Saloias são ovelhas lindas, uma das três raças “ruivas” que temos, a par com a Churra Badana e a Churra do Campo. Nestas 3 raças, os cordeiros nascem com um pelagem ruiva em todo o corpo que mais tarde é suplantada pela lã branca, mas cujos pêlos continuam a colorir o rosto e as patas durante toda a vida.