Velos e mais velos de lã portuguesa
Algumas mechas de lã das Bordaleiras de Entre Douro e Minho cá de Serralves. / A few locks from the Bordaleira Entre Douro e Minho sheep that live here in Serralves.
A Isabel a segurar uma pequena amostra da Churra Badana. / Isabel holding a small sample of the Churra Badana, one of the longwool breeds we have.
O velo da Churra Galega Mirandesa, que bem se destacou entre todas as outras churras que nos chegaram. / The fleece from the Churra Galega Mirandesa breed, that stuck out from all the other churras we got.
As amostras de todas as lãs em bruto, já separadas e identificadas. / The samples from the fleeces from all our national wools, properly separated and identified.
Deitamos mãos à obra e abrimos todas as embalagens que me tinham vindo a chegar durante semanas, para analisar e separar. Das Churras transmontanas às Algarvias, passando por diversas merinas, saloias e bordaleiras, foi um prazer ver e tocar em todas estas lãs nacionais pela primeira vez.
Os velos vinham em diferentes estados de armazenamento e limpeza, claro. Não nos podemos esquecer que a maior parte das nossas raças não têm como vocação principal a produção de lã e que, por isso, não é de estranhar que alguns velos nos cheguem incrivelmente sujos, com os duplos cortes típicos de uma tosquia mal feita ou mal enrolados. Por isso, grande parte do tempo foi gasto a fazer a desbordagem dos que vinham mais sujos, já que para a maior parte das raças pedi mais que um velo, e precisávamos de os voltar a armazenar de forma correcta para usar mais tarde.
Pudemos verificar que as churras conseguem ser bastante diferentes entre si, ficamos surpreendidas com a lã da Saloia (que nenhuma de nós havia ainda experimentado) e eu voltei a confirmar que a Bordaleira Entre Douro e Minho é completamente subestimada (o Martin já tinha comentado, após a nossa tosquia, que a achava uma lã bem interessante).
Do dia de trabalho resultaram mais de 15 embalagens, que contêm as amostras que seleccionámos para serem trabalhadas, devidamente separadas e identificadas.
Parte do trabalho vai prosseguir agora com a Guida Fonseca e a Isabel Cartaxo, em Viana do Alentejo, que vão trabalhar e analisar todas estas lãs pela primeira vez.
--
[03.07.2015 / Este post refere-se à investigação e actividades desenvolvidas no âmbito do programa Saber Fazer em Serralves ]

